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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Esta é a segunda vez na história da revista que somos procurados por uma empresa estrangeira, que bate à nossa porta pedindo para avaliar seus produtos. A primeira foi a Etalon, em 2002, e agora a Dynamique Audio. Se acreditarmos que nada nesta vida é ao acaso, certamente poderemos escrever um belo roteiro com ambas as histórias e como os contatos foram feitos.

O da Etalon, o primo do CEO arrumou uma namorada uruguaia e veio conhecer a América Latina e trouxe em sua bagagem o integrado. Nos encontramos no centro de São Paulo, ele sem falar absolutamente nada de inglês e arranhar apenas o espanhol (talvez graças a namorada). O Etalon embrulhado em jornal e uma fita crepe, saiu de uma mala surrada, direto para as minhas mãos. Não estava sequer preparado para aquela cena, absolutamente inusitada e engraçada. Sai de lá a passos largos direto para o estacionamento.

Ao olhar aquele pacote, que parecia mais com um embrulho de açougue mal feito, não poderia imaginar a beleza que se escondia debaixo daquelas folhas de jornal. O resto, todos os nossos mais antigos e fiéis leitores já conhecem. Apresentei o integrado Etalon em nossos Cursos de Percepção Auditiva e em Hi-End Shows, na esperança de arrumar algum distribuidor. E como diz o ditado: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, finalmente o Paulo Wang acabou vindo a distribuir a marca no Brasil. E muitos amigos e leitores ainda possuem em seu sistema produtos Etalon.

Já a Dynamique Audio, com o avanço tecnológico que nos conecta ao mundo em tempo real, foi muito mais fácil. Uma mensagem de apenas 20 linhas apresentando a marca, me colocou em contato imediato com o Daniel Hassany, CEO da Dynamique Audio, e começamos aí a troca de uma dezena de e mails até receber, para teste, um set completo de cabos da linha Halo 2, e um Apex de interconexão – top de linha- de 1m XLR.

Fundada em 2010, a Dynamique Audio é apenas uma ‘criança’ em um mercado que possui empresas centenárias (ou quase) como Luxman, Tannoy, etc. No entanto, ainda que não tenha uma década de vida, a Dynamique Audio já está presente em diversos países (leia entrevista abaixo com o Daniel), e busca expandir seu mercado agora também para a América Latina.

Nas nossas trocas de mensagem, deixei claro ao Daniel que só faria sentido testar seus produtos se conseguisse ajudá-lo a arrumar um representante em nosso país. Pois sem esta representação seria frustrante mostrar aos nossos leitores os produtos e estes não terem como adquirí-los facilmente (expliquei a ele a burocracia e os impostos desproporcionais aplicados no país) e ele entendeu que sem um representante oficial eu não teria como publicar minhas avaliações.

Definida a estratégia, abri duas frentes de trabalho: conhecer os produtos, entender a filosofia da empresa e ler tudo que já foi publicado a respeito de seus produtos. Percebi que a Dynamique é bastante conhecida na Ásia e no Reino Unido (neste caso certamente por ser uma empresa inglesa). E que ainda que o número de reviews que tive acesso não sejam muitos, as conclusões foram unânimes em relação à performance, construção e compatibilidade.

No seu site tem uma seção chamada Filosofia da Empresa, e sugiro a todos os interessados que a leiam, pois com o fino humor britânico muito do que lá está escrito vem de encontro a tudo que acredito e que deveria ser discutido nas rodas de audiófilos.

Vou aqui apenas citar o que mais me chamou a atenção: o texto começa lembrando que além de um assunto polêmico, existem os que não acreditam em diferença alguma entre cabos bem construídos e, do outro lado, existem também aqueles (aqui ele está se referindo a fabricantes de cabos) que acham desnecessário mostrar as especificações técnicas ou a forma de construção e a qualidade da matéria-prima utilizada. E finaliza este primeiro parágrafo com a brilhante frase: “A confiança foi corroída ao longo das últimas décadas por óleo-de-cobra genuíno”. Na sequência do texto é apresentada a filosofia da empresa em tópicos como valor e escolha dos componentes utilizados em cada série. A linha Horizon 2, a primeira e mais barata, incorporam Teflon PTFE com condutores alta pureza com banho de prata, e conectores de baixa massa metálica, e não usam materiais de menor qualidade como dielétricos de silício ou PVC e condutores de cobre low-grade. O texto segue falando da importância do equilíbrio tonal, que permite ao usuário introduzir qualquer produto Dynamique sem colorir ou alterar o equilíbrio do sistema.

Fala da importância de especificações técnicas transparentes que são fornecidas com todos os seus produtos. Da qualidade da matéria-prima, da construção e da flexibilidade, apresentando como exemplo o cabo de caixa Tempest 2 que utiliza dois condutores de 10 AWG por canal, mas que ainda assim se mantém um cabo em sua aparência final mais flexível e magro que inúmeros cabos de interconexão que se tem no mercado Hi-end.

Mais à frente, propriamente, o texto apresenta a escolha dos condutores utilizados pela Dynamique com ênfase na prata pura ou em cobre OFC e OCC com banho de prata. E defende sua escolha afirmando que: “Enquanto a prata pode soar com pouco corpo e brilhante, devido a muitos fatores como a pureza do dielétrico, má qualidade da prata, geometria ineficaz, etc, cabos de prata corretos oferecem níveis inigualáveis de detalhes, dinâmica, corpo e musicalidade”. A Dynamique afirma que toda a fiação é extremamente pura e que nas linhas de entrada, com o uso do cobre, cada núcleo sólido possui pelo menos 100 mícrons de banho de prata. E nas linhas com prata pura, são empregados dois graus de pureza no condutor padrão, e na linha top são assegurados que a superfície de cada fio de prata seja totalmente desprovida de qualquer impureza.

A Dynamique usa preferencialmente a construção solid-core, pois em testes auditivos se chegou à conclusão que tecnicamente não há interação entre filamentos, desigualdades ou descontinuidades, o que resulta sonicamente em uma apresentação mais limpa, arejada, detalhada e livre de grãos em passagens com maior complexidade dinâmica.

Para os cabos mais sofisticados é utilizado um maior isolamento, mais espaçado que nas linhas de entrada, permitindo ainda mais ar para cercar os condutores. Tal arranjo (segundo o fabricante), reduz ressonâncias mecânicas e os condutores ficam mais desacoplados das camadas exteriores. Ainda que existam muitas alternativas, como: Polietileno (PE), Kapton, Polipropileno (PP), Peek, silício, a Dynamique não abriu mão do Teflon para o isolamento, por suas características e por seu alto grau de isolamento já provado em uso como dielétrico em aplicações militares e aeroespaciais.

No quesito geometria, a Dynamique utiliza para cada série a que sonicamente tenha melhor resultado na redução de ruído EM/RF, como: par torcido, star-quad (que rejeita o ruído de forma mais eficaz que o par trançado – segundo as observações da Dynamique) e a matriz helicoidal (proprietária da Dynamique) com uma geometria com espaçamento e alinhamento dos condutores, e fornece um amortecimento mecânico adicional.

Em termos de blindagem, a Dynamique Audio se diz inteiramente cética em utilizar blindagem metálica em cabos analógicos, pois todos os testes auditivos resultaram em uma fidelidade reduzida. E decidiram confiar na consistência das geometrias por eles empregadas como um escudo natural de todo ruído em EM/RF, e utilizar em todos os cabos a tecnologia desenvolvida por eles de filtro de ressonância. Somente nos cabos digitais é utilizada alguma forma de blindagem metálica.

Os amortecedores/filtros de ressonância, segundo o fabricante, combatem distorções microfonais através do aterramento dessas distorções entre próprio cabo e o amortecimento. Os filtros de ressonância da Dynamique são CNC Milled, feitos uma peça de alumínio cortada em CNC, lustrado mecanicamente e anodizado e fixado ao cabo com um adesivo elastomérico que absorva ressonâncias e vibrações. Este absorvente (segundo o fabricante) não altera os parâmetros elétricos básicos do cabo, como muitos projetos de filtragem, absorvendo eficazmente o EMI, ampliando a resolução e uma maior sensação de estabilidade do soundstage.

Os conectores são todos projetados na Dynamique, para todas as suas linhas. Quanto à direcionalidade, na maioria dos cabos deste fabricante não são fornecidas nenhuma marcação de fábrica. Segundo a Dynamique, mesmo após longos períodos em uma direção, se o usuário se equivocar e mudar, em questão de horas tudo voltará à normalidade.

Alguns dos novos projetos que estão chegando ao mercado (o caso da linha Apex), no conector do RCA tem uma marcação indicando que esta extremidade deve ser conectada à ‘fonte’, para um resultado ainda mais refinado sonicamente.

Para a famosa questão do burn-in (queima/amaciamento de cabos), a Dynamique indica de 50 a 75 horas para os de interconexão, 100 a 150 horas para cabos de caixa, e 200 a 250 horas para todos os cabos estarem inteiramente amaciados.

Já no final do extenso artigo, a Dynamique toca em um dos pontos centrais das discussões audiófilas: bitola dos cabos. Quanto a bitola de um cabo favorece ou atrapalha? Para eles, cabo de bitola grossa nunca é o ideal para todas as frequências, tendendo a oferecer uma resposta mais acentuada nos graves, mas podendo desequilibrar os agudos (ele até brinca que o ideal é que mangueiras de jardim, sejam utilizadas apenas nos jardins). E que no oposto, cabos muito finos, tendem a prevalecer as altas frequências, porém em detrimento dos graves. Além disso, o uso de vários fios da mesma bitola causa um aumento de ressonâncias. A Dynamique, para fugir desta encrenca, optou em todos seus cabos por bitolas variadas de fios, associados às suas geometrias, e evitou cabos pesados, sem flexibilidade e de muita bitola total.

Pegar qualquer cabo na mão da linha Halo 2 surpreende pela leveza, flexibilidade e construção – e o oposto de uma mangueira de jardim, no caso específico dos cabos de caixa e de força. Para o teste, o setup de Halo 2 (um de cada: RCA de 1m, XLR de 1m, força de 1,5m e cabo de caixa de 3m), foram utilizado nos seguintes sistemas: o nosso de referência, pré de linha Nagra HD (leia teste 1 nesta edição), powers Nagra Classic AMP, power valvulado AL-KTx2 (leia teste 4 nesta edição), pré de phono Boulder 500, toca- discos Acoustic Signature Storm (leia teste 3 nesta edição), cápsula SoundSmith Hyperion 2 e braço SME Series V. Caixas: Wilson Audio Ivette e Sasha DAW, Rockport Avior II.

A linha Halo 2 está basicamente abaixo apenas das linhas Zenith 2 e Apex. Abaixo encontram-se: Horizon 2, Tempest 2 e Shadow 2.

As especificações fornecidas pelo fabricante em relação ao Halo 2 são as seguintes: condutores de núcleo sólido 2x 18 AWG em prata pura (4N), 2x núcleo de prata pura (4N) de 19 AWG, 2x núcleo sólido cobre OFC (7N) banhado a prata de 20/3 AWG, 1x 16 AWG cobre OFC (7N) banhado a prata para o aterramento. Isolamento em PTFE Teflon, super espaçado. Construção: matriz helicoidal, bitola distribuída. Damping: 1 filtro de ressonância. Plugs: Ouro Dynamique.

Segundo o fabricante, a linha Halo2 já possui muitas das características sônicas das linhas Zenith 2 e Apex. Com um equilíbrio tonal muito correto e a mesma prevalência de neutralidade. Ainda que o fabricante fale em 75 horas para os cabos de interconexão e entre 100 e 250 horas para todos estarem completamente amaciados (caixa e força), a boa notícia: saem já tocando muito bem. Então não haverá sofrimento algum se o usuário quiser acompanhar a queima dia a dia. E a outra excelente notícia: seu grau de compatibilidade é espantoso.

Esqueci de inserir na lista acima, dos produtos utilizados, o integrado Hegel H590 que ainda estava conosco e ajudou (e muito) no amaciamento tanto das caixas Sasha DAW como dos cabos Halo 2.

Ainda que com o amaciamento todo o setup tenha sofrido alterações, chamaria este processo de ‘acomodamento’, pois as diferenças estão na lapidação da assinatura sônica e não em alterações significativas como algo faltando ou escasso, que só o burn-in irá resgatar. Sua sonoridade desde as primeiras horas é envolvente, e com enorme grau de precisão e controle. Seu equilíbrio tonal se apresenta de imediato. Tem excelente extensão desde o início, nas duas pontas, e uma região média muito transparente.

Com mais de 20 horas, a grande mudança ocorre na separação dos instrumentos, cada um ganhando seu espaço e aquele tão desejado silêncio em volta das vozes solistas. Ainda antes do burn-in solicitado pelo fabricante, já é possível notar que o acontecimento musical se dará em um amplo espaço, tanto em profundidade quanto em largura. Os amantes de um soundstage preciso irão se deliciar com a performance do setup Halo 2. Seu foco e recorte são de cabos muito acima do seu preço (coloque ‘muito’ nisto) e sua capacidade de sustentar crescendo dinâmicos e ainda assim não borrar o solista é estupenda!

Para quem aprecia música clássica, o conforto auditivo não poderia ser melhor. Pois esta qualidade no foco, recorte e na apresentação de ambiência, nos coloca em uma ‘posição’ privilegiada frente à orquestra.

Falar em neutralidade em cabos é como tentar juntar em uma só a teoria da relatividade e os avanços da física quântica. Mas, acreditem, é possível medir a ‘neutralidade’ de um cabo. Basta você ter ao seu dispor dois setups bem ajustados e homogêneos, com assinaturas distintas. E para o teste dos Halo 2 tinha em mãos não um, mas três setups bem distintos em termos de assinatura sônica (Nagra, nosso sistema de referência, e o power valvulado AL-KTx2 ligado no pré-amplificador Nagra HD). Três sistemas completamente distintos, tanto em termos de performance como de folga.

Para a avaliação dessa ‘neutralidade’ defendida pela Dynamique Audio, ouvi apenas solistas. Violão, Violino e piano. Gravações com nenhum tipo de compressão ou equalização (nossas e de amigos músicos, como o André Mehmari, André Geraissati e Euclides Marques). Como um camaleão sonoro, os Halo 2 ganharam a sonoridade do setup, mostrando que sua interferência na condução do sinal, se houve, não foi notada.

Para aqueles que há anos buscam cabos que sejam mais neutros e não tenham a função de ‘equalizar’ ou corrigir nada que o sistema, sala e elétrica possuam de deficiência, este cabo existe. Ou melhor: o mais exato seria dizer ‘existem’, no plural, pois a linha Apex, também em teste, leva esta neutralidade um pouco mais adiante (aguardem o teste na próxima edição).

Mas, quantos sistemas que eu e você conhecemos estão já ajustados e sinérgicos o suficiente, para o uso de um setup de cabos neutros? Esta é uma pergunta de difícil resposta (quem sabe até o término da escrita deste artigo eu lembre de alguns). No entanto, saber que existem cabos com esta ‘virtude’ pode ser de enorme valia para todos que desejem um sistema equilibrado e neutro para desfrutar sua música sem coloração ou equalizações extras.

E vou ser execrado em praça pública, mas ouso dizer que certamente todos aqueles audiófilos e melômanos que tenham a música não amplificada ao vivo como referência para a montagem de seus sistemas, irão saudar a existência de cabos com esta qualidade. Pois, se os cabos estão presentes em todas as etapas da cadeia sonora, garantir que não sejam eles os vilões em sistemas que o maior desejo é a maior neutralidade, esta notícia é digna de comemoração. Já para os que usam cabos para ‘bandeidiar’ (acho que acabei de criar esse termo, rs) os Halo 2 deverão ser evitados a todo custo. Pois eles não se sujeitam a ‘dar um jeitinho’ no que está errado.

Muitos acreditam que a prata cause mais malefícios que benefícios aos seus sistemas. No caso do Halo 2, os que acreditam que esta afirmação seja verdadeira podem se despreocupar, pois ele ainda utiliza cobre OFC banhado à prata. Mas quanto ao Apex, certamente os detratores dos cabos de pura prata terão que ouvir para rever sua opinião e crenças!

Mas, voltando ao Halo 2, o que mais chama a atenção após toda a queima de 250 horas para todos, resumiria em duas palavras: folga e naturalidade. Os solistas dos discos que usei nos três setups, ainda que com assinaturas sônicas tão distintas, impressionaram pela folga e naturalidade.

As mudanças foram definidas pelos equipamentos como maior sedosidade e adição de mais feltro nas teclas do piano e suavidade nas cordas de nylon do violão, ou maciez nos violinos, no setup Nagra HD e power valvulado AL-KTx2. E maior ataque e definição, nos três instrumentos, no nosso sistema de referência (pré Dan D’Agostino e power Hegel H30), mostrando a capacidade do Halo 2 em interferir o mínimo na passagem do sinal.

Então, aqui acaba minha descrição pormenorizada deste setup de cabos da Dynamique, e começa o problema. Afinal, como descrever com exatidão os benefícios e atributos de um cabo que se ajusta como uma luva ao sistema? Felizmente, para este desafio é que contamos com a nossa Metodologia, que vai com seus 8 quesitos muito além da avaliação de equilíbrio tonal e soundstage, nos dando as ferramentas convenientes para apresentarmos a vocês mensalmente tudo que conseguimos observar dos produtos em teste.

Falamos do seu equilíbrio tonal correto e neutro, e pincelamos suas virtudes na apresentação do foco, recorte, ambiência e planos do soundstage. E agora podemos abrir nosso leque de observações e falar de outras qualidades, como transientes, textura, corpo harmônico, macro e microdinâmica (se bem que já dei toda a pista deste quesito algumas linhas acima), além de organicidade e musicalidade.

Seu senso de tempo e ritmo é preciso. O ouvinte com música em que o tempo e ritmo predomina, terá muito prazer em ouvir os Halo 2. Percussões são incrivelmente detalhadas e nos fazem ficar presos ao ritmo do começo ao fim.

Suas texturas dependerão obviamente do setup em que estiver ligado. Então posso dizer que no setup Nagra com power valvulado, as texturas eram sedutoras e quentes. No setup de referência, menos quentes, com uma maior ênfase na qualidade dos instrumentos, intencionalidade e execução. Com o sistema todo Nagra (pré e power), um equilíbrio maravilhoso entre esses dois extremos!

O corpo harmônico, ainda que não seja tão preciso como nossos cabos de referência, e em relação ao Apex também da Dynamique Audio, é muito correto e coerente. Uso, para fechar a nota desse quesito, uma gravação de um duo de contrabaixo e cello. Nos setups de nível superlativo, a diferença de corpo é tão correta que ‘vemos’ a diferença de corpo dos dois instrumentos como se estivéssemos assistindo à gravação a três metros dos músicos. No Halo 2 é muito proporcional e coerente a diferença, mas não chega ao grau de precisão de cabos mais refinados e caros. Você vai perceber esta sutil diferença no seu sistema para um sistema superlativo? Somente se você tiver uma enorme vivência com esses dois instrumentos tocados ao vivo, do contrário não fará diferença alguma. Mas nossa função de revisor crítico de áudio é exatamente esta: achar ‘pêlo em ovo’!

Sua organicidade (materialização física do acontecimento musical) depende muito mais do sistema e da gravação. Mas em sistemas como os utilizados no teste e as gravações deste quesito, não só o músico se encontra a sua frente, como você quase interage com ele!

E, por fim, o nosso quesito subjetivo: Musicalidade. Aqui ocorre o mesmo fenômeno da avaliação da textura: no sistema mais quente e suave certamente inúmeros leitores dariam uma nota mais alta para este quesito. Nas duas outras topologias, notas diferentes. Para nós o resultado do Halo 2 será a média dos três setups utilizados, para sermos justos e democráticos.

CONCLUSÃO

Acredito que, para a maioria de vocês, o que esteja em jogo neste veredicto seja a resposta se a Dynamique Audio cumpre o que promete ao afirmar fabricar cabos em que, além de corretos, sejam o mais neutros possível dentro de cada linha.

É preciso deixar claro o que significa essa ‘neutralidade’: a capacidade de não alterar o sinal que passa pelos cabos, amplificando ou retirando algo, para tornar o cabo mais ‘pirotécnico’ ou mais ‘palatável’.

A resposta é sim, meus amigos. A Dynamique conseguiu a façanha de desenvolver uma linha de cabos muito neutra, que se adapta perfeitamente ao setup em que forem ligados.

Portanto se você é um adepto de ‘fios equalizadores’, sua busca é na direção oposta! Mas se você acredita que seu sistema já esteja bem ajustado, sua elétrica tratada e correta (aqui, mais do que tudo, um cabo de elétrica neutro seria essencial – fica a dica para o Daniel fazer um cabo bom, barato e neutro para elétrica), e uma acústica decente, você vai gostar de conhecer os Halo 2.

Com eles em um sistema Estado da Arte correto e sinérgico, a audição de sua coleção de discos será elevada ao cubo!


Pontos positivos

Uma relação custo/performance elevadíssima.

Pontos negativos

Para sistemas corretos, do contrário serão expostas todas as limitações deles.


ESPECIFICAÇÕES
Condutores 2x núcleo sólido 18 AWG em prata pura (4N)
2x núcleo sólido de prata pura (4N) de 19 AWG
2x núcleo sólido cobre OFC (7N) banhado à prata de 20/3 AWG
1x 16 AWG prateado OFC (7N) para terra
Bitola2x 12 AWG equivalentes, 1x 16 AWG terra
IsolamentoPTFE Teflon, super espaçado
ConstruçãoMatriz helicoidal, bitola distribuída
Amortecimento1 filtro de ressonância
Terminações Ouro Dynamique sobre cobre, IEC EUA e UE Furutech FI-1363G UK

CABOS DYNAMIQUE AUDIO HALO 2
Equilíbrio Tonal 13,0
Soundstage 13,0
Textura 13,0
Transientes 13,0
Dinâmica 12,0
Corpo Harmônico 11,0
Organicidade 12,0
Musicalidade 13,0
Total 100,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADODAARTE



German Audio
contato@germanaudio.com.br
Interconect - 1m (RCA e XLR): US$ 1.994
Caixa - 2,5 m: US$ 3.380
Cabo de força - 1,5 m: US$ 2.254

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