Teste 3: CABO DE INTERCONEXÃO APEX DA DYNAMIQUE AUDIO

Nova linha de soundbars da LG traz experiência de áudio premium para os consumidores
janeiro 14, 2020
Samsung Electronics anuncia suas linhas expandidas de TVs MicroLED, QLED 8K e Life Style na CES 2020
janeiro 14, 2020


Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Antes de você ler o teste do cabo Apex, sugiro que, se você ainda não tenha feito, leia o teste do set completo dos cabos Halo 2, publicado na edição passada. Lá eu falo em detalhes a história da Dynamique Audio, uma empresa inglesa que, agora em 2020, completará sua primeira década de vida, falo de sua filosofia, seus conceitos e, principalmente, ‘pincelo’ a cabeça pensante por trás de todos os produtos desta empresa, que não tenho dúvida irá dar muita dor de cabeça para a concorrência nos próximos anos.

Toda grande ideia nasce da ausência de comodismo. Quem me dizia esta frase repleta de sabedoria era minha avó materna, uma senhora de um coração gigante que criou dez filhos (9 mulheres e apenas um homem: meu pai). Ela tinha a capacidade de interpretar e dar cor ao cotidiano, como nenhum outro ser humano que tive o prazer de conhecer o faria.
Quando ouço a obra prima de Paul McCartney, Let It Be, lembro imediatamente de minha vó Angelina e seus sábios conselhos e confortos.

Daniel Hassany, CEO da Dynamique Audio, pela foto que me enviou para ilustrar a nossa entrevista, me pareceu surpreendente jovem para estar à frente de tamanho desafio: oferecer cabos que estão fora do padrão estabelecido pela indústria de cabos hi-end, como as referências de mercado.

A resposta para seu talento estão logo na primeira pergunta que fiz a ele: sua formação profissional? Ainda que tenha uma formação acadêmica na área de TI, sua paixão parece ser engenharia industrial com expertise em ciências de materiais, metalurgia e processos de usinagem em manual CNC, anodização e galvanização. E, para fechar esse ‘pacote’ de conhecimento: audiófilo.

É como juntar um time de ‘especialistas’ em uma só cabeça e, como também diria minha vó: “A fome com a vontade de comer”.

A Dynamique, amigo leitor, nasceu com um ‘DNA’ vitorioso, pois alia todo o conhecimento necessário para o desenvolvimento de cabos que atendam às necessidades do usuário que esteja dando seu primeiro passo em um sistema de entrada, até o audiófilo que almeja dar ao seu setup cabos definitivos. E aí vêm os dois grandes diferenciais: verticalização na produção, com um controle absoluto em todas as etapas, e preço final de seus produtos.

O consumidor que busque agilizar seus upgrades de cabos, avaliando as opções que se mostrem mais atraentes em termos de custo e performance, terão que colocar nesta lista os cabos da Dynamique. Tudo que escrevi acima me chamou a atenção (não poderia ser diferente), mas o que realmente acendeu aquela luz na minha cabeça foi ao ler todo material enviado pelo Daniel quando ainda estávamos trocando nossas primeiras mensagens, afirmando que o conceito central de seus projetos se baseia em dois alicerces: neutralidade e equilíbrio tonal.

Pois, por experiência própria, raríssimos foram os cabos que testei que de alguma forma não impusessem algo de sua assinatura sonora nos sistemas em que estão conectados, e os que testei que conseguem esta façanha, custam, muito, muito caro! E isto já são ‘favas contadas’ no meio audiófilo, de que os cabos é que dão ‘o tempero’ final a qualquer sistema.

Tanto que, se você perguntar o motivo de um audiófilo ter escolhido para o seu setup o cabo A e não o B, prepare-se para ouvir inúmeros adjetivos abalizando sua escolha. Sempre foi assim, desde que cabos entraram no itinerário de opções essenciais para o ajuste fino de uma configuração.

Já equilíbrio tonal, todos os fabricantes sérios almejam oferecer aos seus clientes – este tão importante quesito. Porém, também por experiência própria, e por dar total ênfase em nossa Metodologia a este quesito, bem sei o quanto este ‘equilíbrio tonal’ é difícil de alcançar e de ser assimilado pelos que estão começando esta jornada rumo ao ‘nirvana sonoro’.

O que, lá no fundo, me ‘atiçou’ na verdade é que a busca do Daniel Hassany bate integralmente com o que penso à respeito de alta fidelidade, ou seja: se você tiver o melhor equilíbrio tonal possível, você terá simultaneamente maior neutralidade. Ambos caminham juntos, pois fazem parte do mesmo corpo!

Mas, fazer as pessoas compreenderem que assim é, pode ser um trabalho para toda uma vida. Animado com a possibilidade de dar mais um passo na montagem deste ‘quebra cabeça’, e conseguir ouvir o que a Dynamique se propõe a oferecer, me coloquei à disposição para ajudá-los a fincar o pé por essas paragens.

Acho que consegui passar à você, leitor, as qualidades dos cabos Halo 2 e o grau de neutralidade por este cabo alcançado no uso para o teste de três configurações tão distintas em termos de assinatura sônica. O Daniel me explicou que, à medida que o usuário sobe de série nos cabos Dynamique, ele não terá nenhum ‘plus’ em termos de qualquer efeito sonoro novo. Pelo contrário: só terá ainda mais refinamento, mais naturalidade e maior neutralidade!

Minha penúltima pergunta na entrevista foi justamente sobre o Apex, seu mais novo cabo de referência. Meu questionamento era referente ao seu altíssimo grau de naturalidade e neutralidade, e ele me respondeu que neste novo cabo, com os avanços nas observações da composição de materiais, foi possível ir um passo além do que já haviam conseguido no Zenith 2 (que era o cabo de referência até então). E que a grande surpresa foi justamente tornar o Apex ainda mais neutro, natural e musical.

Então chegou a minha vez de falar a respeito deste cabo, amigo leitor, e aqui estou para mais este desafio.

O Apex de interconexão é o primeiro da nova série que em breve também contará com o de caixa e de força. O novo cabo utiliza uma mistura selecionada de metais nobres, com o fio de prata pura 5N, misturado com camadas muito puras de ouro e ródio. O resultado é um design batizado de Quad- balanceado, composto por 8 condutores de núcleo sólido por canal, com quatro condutores que variam entre 20 AWG e 24 AWG, com uma largura de banda muito mais estendida. O isolamento é um Teflon PTFE, com espaçamento super aéreo e uma nova versão da geometria de matriz helicoidal para o espaçamento ideal de cada condutor. O filtro de ressonância é também utilizado no Apex para o combate a todo tipo de ruído.

O modelo enviado para teste foi de 1 metro, com terminação XLR, com plug de fibra de carbono e cobre banhado à ródio. Felizmente, para o teste poder ser realizado, tínhamos um set completo de Halo 2 para poder apenas substituir o Halo2 XLR pelo Apex XLR. E tirar nossas conclusões.

Para poder utilizar todos os três setups que usamos no teste do Halo 2, só podíamos utilizar o Apex entre o pré de phono Boulder e os dois prés de linha: Nagra HD e Dan D’Agostino. Para utilizar o power valvulado, recorremos ao Halo 2 RCA.

Nos dois outros powers: – Hegel H30 e Nagra Classic (leia teste 1 nesta edição) – utilizamos o Halo 2 XLR. O ideal seria termos pelo menos mais um Apex XLR, para podermos ter maior segurança no fechamento da pontuação, mas infelizmente não houve tempo hábil para a chegada da primeira importação feita pelo distribuidor. Certamente, quando chegar, e se houver a disponibilidade de tempo, publicarei minhas observações – se houver alguma diferença muito significativa em termos de pontuação final (algo acima de 1 ponto).

Para o momento, o que mais desejava era saber o quanto a neutralidade e naturalidade crescem com o Apex em relação ao Halo 2, e se estas diferenças valem o investimento. E para fechar a nota do Apex, recorremos ao nosso principal cabo de referência, o Transparent Opus G5 XLR ligado em nosso sistema entre o pré e power Nagra, e entre nosso pré e power de referência.

O que mais nos encantou no Apex foi que realmente seu grau de neutralidade consegue ser ainda maior e mais pleno que no Halo 2. Em cada um dos três sistemas, o que prevaleceu foi unicamente a assinatura sônica do sistema. Ele não impõe nada, zero de coloração, aumento de corpo nos graves, luz nos agudos, ou ênfase maior nos médios. Parece literalmente o ‘não cabo’, ao possibilitar ao sistema mostrar suas qualidades e limitações.

No entanto, esta neutralidade vem acompanhada de uma folga, silêncio de fundo e uma tridimensionalidade espantosos! Possibilitando ao ouvinte perceber com enorme clareza todo o potencial e as imperfeições ainda existentes no sistema. É uma ferramenta de trabalho imprescindível para revisores críticos de áudio e para audiófilos que já descobriram que cabos não são ‘equalizadores’ ou tampões de problemas que já deveriam ter sido sanados (como elétrica, acústica e elos fracos).

Seu cérebro imediatamente aprova este conforto auditivo e a possibilidade de você resgatar aquelas gravações que estavam pegando pó nas prateleiras, por serem excluídas pelas suas limitações técnicas. Este nível de conforto auditivo eu só conhecia na linha G5 da Transparent – em que sua discoteca começa a ser integralmente resgatada. Diria ser este o momento mais glorioso de todo audiófilo, saber que finalmente retornou ao princípio de seu objetivo, que era trazer para dentro de casa o prazer de ouvir música ao vivo. Ou de estar ali junto com os músicos na sala de gravação. É a mesma sensação de estarmos voltando para casa depois de uma longa estadia em viagens de negócios, horas e horas em aeroportos e hotéis. Não tem como descrever este momento, de ‘redescobrir’ um disco tão apreciado artisticamente e que ficou anos isolado, pois a cada novo upgrade, ele (o CD), não estava à altura do investimento.

Quantos de nós não chegamos à conclusão que aquele disco era realmente inaudível, e só não o trocamos em uma loja de sebo por ter um enorme apelo emocional. E quando finalmente ajustamos nosso sistema, constatamos euforicamente que estávamos enganados. A ponto de passarmos a mostrar com orgulho aquele disco para os amigos! Como um troféu merecidamente conquistado pelo nosso esforço, conhecimento e determinação.

O que precisava ser corrigido era o sistema e não uma centena de discos que foram ‘abandonados’ enquanto peregrinávamos na busca de nosso ‘santo graal sonoro’. Afinal, compramos um sistema hi-end para ampliar nosso prazer em ouvir nossos discos, e não o contrário.

Pena que tantos esquecem este propósito!

O Apex é um cabo que irá colocar em ‘xeque’ se o seu sistema ainda continua falhando no propósito inicial. Pois lhe dará um diagnóstico preciso da lição de casa que você esqueceu de colocar em prática antes de continuar na busca insana por um ou outro quesito da Metodologia. Culpar o Apex, não irá ajudar em nada, pois se você o escutar em um sistema correto em termos de Equilíbrio Tonal, sinérgico e sem elos fracos, as audições serão simplesmente gloriosas! Capaz de lhe levantar os pelos dos braços e vir aquele nó na garganta. Exagero?

Pegue um audiófilo que investiu um caminhão de dinheiro e nunca conseguiu chegar lá, e deixe-o escutar seus discos que mais lhe tocam o coração, em condições corretas, e você verá se o que estou descrevendo é um exagero.

O audiófilo, assim como o melômano, é um ser sensível (caso contrário não amaria a música). E cada um sabe aonde o calo aperta. E o quanto lhes custou os apuros e dinheiro investido em todas as tentativas e erros de anos e anos. Ninguém, por mais milionário que seja, acerta neste hobby de primeira. Pelo contrário, o risco de achar que o melhor é o mais caro, pode levá-lo a cometer verdadeiras ‘atrocidades’ sonoras.

Um exemplo é o Apex, um cabo de nível superlativo que custa 1/3 ou menos do que os melhores cabos consagrados pela mercado hi-end. Mas, como escrevi no teste do Halo 2, a Dynamique tem um problema: como seus cabos não colorem, não equalizam e não tapam buracos, somente em sistemas corretos poderão mostrar todos os seus benefícios. Então, neste quesito, sua compatibilidade depende muito mais do sistema do que de todas as suas virtudes.

Felizmente muitos começam a entender a questão do Elo Fraco, a necessidade de fazer elétrica e acústica, e escolher um sistema que tenha uma assinatura sônica coerente. Estes já estarão aptos a ouvir os produtos deste jovem fabricante inglês de cabos. E como conheço um pouco da cabeça de audiófilos mais ‘rodados’, muitos irão querer ‘testar’ esta neutralidade dos cabos da Dynamique – para avaliar na calada da noite – testar o grau de acerto de seus sistemas, ainda que não falem nem para sua cara metade que estão colocando seu sistema à prova! Se constatarem o que aqui escrevo, certamente ficarão com os cabos. Se não funcionar, então os Dynamiques ‘não são tudo isto’ que o Andrette escreveu. Ossos do ofício!

Minha única função é compartilhar com todos que nos leem nossas observações dos produtos que chegam para teste mensalmente. O que cada um de vocês fará com essas informações, já não cabe a mim julgar ou se quer manter alguma expectativa. A única coisa que sei é que se estamos há quase 25 anos no mercado, então para alguma utilidade servimos (nem que seja apenas para ‘sentar a pua’).

O Apex possui uma outra característica que a mim encantou muito: sua capacidade de apresentar o acontecimento musical essencialmente pela ‘ótica’ do sistema. O que desejo dizer com isto? Que existem setups que trazem o acontecimento musical até nós. E como sabemos que isto ocorre? Quando nosso cérebro sabe que o espaço físico que uma orquestra sinfônica necessita para atuar é muito maior que a nossa sala e, no entanto, parece que os naipes (ainda que menores que a dimensão real) e os solistas vêm até nós.

E, ao contrário, existem sistemas e principalmente caixas acústicas que realizam o efeito inverso: nos levam até o acontecimento musical. Neste caso, para alguns, o conforto auditivo aumenta (é o meu caso), e para outros o acontecimento musical vir até sua sala “é o mais prazeroso” (isto é mera questão de gosto e encontra-se na esfera das poucas coisas realmente subjetivas da audiofilia).

O Apex, junto com o Opus G5, foram até hoje os únicos cabos que conseguiram realizar com total maestria essas duas possibilidades. E a razão de tamanho feito está justamente nesta não intromissão no caminho do sinal, deixando o setup realizar por completo sua assinatura sônica.

Outros cabos também conseguem realizar com enorme qualidade esse efeito psicoacústico, mas não ao ponto de ser completo. Sendo muito mais dependentes da qualidade da gravação e de estarem mais alinhados com a assinatura sônica do sistema. Ou seja, são mais dependentes do setup todo.

Em termos de todos os outros quesitos da nossa Metodologia, o Apex – assim como o Halo 2 – foi o que cada sistema tinha a oferecer. Exemplos: texturas mais quentes e sedosas: pré Nagra HD com o power valvulado com KT150. Mais intencionalidade que sedosidade: nosso Sistema de Referência. O melhor dos dois mundos em termos de textura: o conjunto Nagra. Maior impetuosidade na escala dinâmica nas macros: nosso Sistema de Referência e os Nagras. Menor escala, mas com uma micro impressionante: pré Nagra com o power valvulado ou o Hegel.

Como um camaleão, o Apex se molda ao sistema sem nenhum tipo de ajuste ou esforço por parte dele. Tenha o setup uma excelente apresentação de soundstage, e o Apex lhe proporcionará um recorte, ambiência e planos em 3D magistrais! Ele apenas apresenta o que o setup tem de melhor, sem acrescentar nada.

CONCLUSÃO

Poder constatar que existe um fabricante que tenha desenvolvido toda uma linha de cabos que prima por buscar a melhor relação de neutralidade e naturalidade, é um privilégio. Pois eu, sinceramente, achava que este grau de possibilidade ainda estava distante (não por falta de tecnologia, matéria-prima, etc, mas pelo simples fato dos fabricantes desejarem atender um mercado que utiliza cabos para corrigir seus sistemas ou dar uma turbinada neles).

A Dynamique está trilhando outra estrada. Certamente apostando que, em algum momento, mais e mais audiófilos e melômanos compreenderão que cabos não são ‘band-aids sonoros’. Bato nesta tecla desde a primeira edição da revista. Já fui imensamente criticado por defender este ponto de vista e perdi inúmeros leitores e anunciantes! Ganhei críticos virulentos e pouco éticos. Mas consegui, com nossa linha editorial, cursos, discos e eventos, mostrar à muitos dos nossos leitores que ajustar um setup corretamente exige muito conhecimento e memória auditiva apurada.

Sem estes cuidados e dedicação, não se chega a lugar nenhum. Uns entendem esta lógica aos primeiros erros, outros levam uma vida.

Mesmo que não seja a hora de você ouvir um cabo Dynamique no seu sistema, colocá-lo em seu radar para futuras audições (nem que seja apenas para avaliar o grau de Equilíbrio Tonal e naturalidade do mesmo), pode ajudá-lo a corrigir sua rotas – se assim você achar conveniente.

No caso específico do Apex, este se destina exclusivamente a sistemas de nível superlativo em que o audiófilo deseje conhecer ‘integralmente’ o potencial máximo do seu sistema. E dou-lhe um conselho, amigo leitor, caso o seu sistema não tenha ‘uma unha’ de desajuste, prepare-se, pois o senhor não estará imune às mesmas reações emocionais que descrevi algumas linhas acima. Seu poder de convencimento é simplesmente absoluto!


Pontos positivos

Um cabo de uma naturalidade e neutralidade impressionantes.

Pontos negativos

Desconhece qualquer tipo de milagre em sistemas ainda desequilibrados.limitações deles.


ESPECIFICAÇÕES
Condutores– Prata pura (5N) sólida
– Prata pura (5N) sólida com banho de ródio
– Prata pura (5N) sólida com banho de ouro
Bitola– 2x 20 AWG & 2x 24 AWG – prata pura
– 2x 21 AWG – prata com banho de ródio
– 2x 22 AWG – prata com banho de ouro
InsolaçãoTeflon PTFE, super espaçado
ConstruçãoArray helicoidal, bitola distribuída, quad-balanceado
Blindagem– 1x filtro de ressonância por canal
Terminação – RCA: WBT Nextgen 0152 Ag
– XLR: Fibra de carbono / cobre com banho de ródio

CABO DE INTERCONEXÃO APEX DA DYNAMIQUE AUDIO
Equilíbrio Tonal 14,0
Soundstage 13,0
Textura 14,0
Transientes 13,0
Dinâmica 12,0
Corpo Harmônico 13,0
Organicidade 13,0
Musicalidade 14,0
Total 106,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADODAARTE



German Audio
contato@germanaudio.com.br
R$ 32.500

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *